O NAZISMO ALEMÃO

O NAZISMO ALEMÃO

Ao final da Primeira Guerra Mundial, instaurou-se na Alemanha a República de Weimar, tendo como sistema de governo o modelo parlamentarista democrático. O presidente da república nomeava um chanceler, que seria responsável pelo poder Executivo. Quanto ao poder Legislativo, era constituído por um parlamento (Reichstag).
O governo republicano alemão enfrentava uma série de dificuldades para superar os problemas sociais e econômicos gerados pela guerra. O Tratado de Versalhes impunha à Alemanha uma série de obrigações extremamente duras. Mesmo retomando o desenvolvimento industrial, o país sofria com o elevado índice de desemprego e altíssimas taxas inflacionárias. Entusiasmados com o exemplo da Revolução Russa, importantes setores do operariado alemão protestavam contra a exploração capitalista.
Em janeiro de 1919, importantes líderes comunistas, como Rosa Luxemburg e Karl Liebknecht promoveram a insurreição do proletariado alemão contra o regime capitalista. Rosa Luxemburg e Karl Liebknecht foram assassinados por um grupo de oficiais de direita.A burguesia alemã temia a expansão do movimento socialista e passou a fornecer apoio a um pequeno partido liderado por Adolf Hitler.

A Ascensão de Hitler

Nascido em Braunau, na Áustria, Hitler (1889-1945) teve uma juventude marcada por mágoas, fracassos e dificuldades financeiras, Residiu em Viena, de 1909 a 1913, quando, então, transferiu-se para Munique. No ano seguinte alistou-se como voluntário no Exército alemão. Durante a Primeira Guerra Mundial, foi condecorado com a Cruz de Ferro, medalha atribuída como recompensa por mérito militar.
Terminada a guerra, Hitler retornou a Munique. Em setembro de 1919, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores Alemães, fundado em 1919. Em 1920, esse partido passou a se chamar Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Pouco tempo depois, Hitler tornou-se chefe do partido. Com as letras iniciais foi formada a sigla NAZI, de onde deriva o termo nazismo.
Em 1923, Hitler tentou organizar uma rebelião contra o governo, mas foi imediatamente reprimido pelas forças do governo.Condenado à prisão, Hitler escreveu, durante o tempo em que passou na prisão, parte do livro Mein Kampf (minha luta). Em 1940, a venda do livro já chegava a seis milhões de exemplares.
Hitler foi libertado oito meses após sua condenação, dedicando-se ao crescimento e à estruturação do Partido Nazista.O nazismo foi difundido através do talento oratório de Hitler, das publicações do partido e do uso de meios espetaculares para influenciar a opinião pública.
Von Hindenburg foi eleito presidente da República de Weimar em 1925, mas não conseguiu superar as dificuldades que encontrou. A grave crise do capitalismo de 1929 arruinou ainda ,mais a situação alemã, colaborando para que os nazistas conquistassem a vitória no parlamento alemão. A alta burguesia pressionou o presidente a convidar Hitler para o cargo de chanceler. O Partido Nazista representava a solução para a crise do sistema capitalista.

O Governo de Hitler

Hitler assumiu o cargo de chanceler em 30 de janeiro de 1933. Os principais métodos utilizados pelo nazismo foram a violência brutal ou opressiva contra seus opositores.Em 27 de fevereiro, grupos de nazistas, incendiaram secretamente a sede do parlamento alemão. O incêndio, entretanto, foi atribuído ao Partido Comunista.
Em março de 1933, depois de o Partido Nazista obter nova vitória nas eleições para o Reichstag, Hitler conseguiu que o presidente Hindenburg decretasse a dissolução do parlamento alemão. Então, o poder Legislativo passou a ser exercido pelo Executivo.O uso da violência contra seus inimigos do nazismo ficava a cargo principalmente da Gestapo (polícia secreta do Estado), dirigida pelo sangüinário Heinrich Himmler.
A propaganda de massa feita pelo nazismo era conduzida por Joseph Goebbels, que exercia severo controle sobre as instituições educacionais e sobre os meios de comunicação. Os professores e profissionais de comunicação somente estavam autorizados a dizer aquilo que os nazistas queriam ouvir.Goebbels tinha o seguinte princípio: Uma mentira dita cem vezes torna-se verdade.
Em dezembro de 1933, o Partido Nazista foi transformado no único partido do Estado alemão. Nove meses depois, com a morte do presidente Hindenburg, Hitler assumiu a presidência do país. Exercendo total controle sobre a sociedade alemã, o governo de Hitler dedicou-se à reabilitação econômica do país. Mereceu atenção especial a indústria de armamentos de guerra. Desrespeitando as proibições do Tratado de Versalhes.
Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi palco de uma revolução democrática que se instaurou no país. A primeira grande dificuldade da jovem república foi ter que assinar, em 1919, o Tratado de Versalhes que, impunha pesadas obrigações à Alemanha.

À medida que os conflitos sociais foram se intensificando, surgiram no cenário político-alemão partidos ultranacionalistas, radicalmente contrários ao socialismo. Curiosamente, um desses partidos chamava-se Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) e era liderado por um ex-cabo de nome Adolf Hitler. As eleições presidenciais de 1925 foram vencidas pelo velho Von Hindenburg que, com a ajuda do capital estrangeiro, especialmente norte-americano, conseguiu com que a economia do país voltasse a crescer lentamente. Esse crescimento, porém, perdurou somente até 1929.

Foi quando a crise econômica atingiu com tal força a Alemanha, que, em 1932, já havia no país mais de 6 milhões de desempregados. Nesse contexto de crise, os milhões de desempregados, bem como muitos integrantes dos grupos dominantes, passaram a acreditar nas promessas de Hitler de transformar a Alemanha num país rico e poderoso. Assim, nas eleições parlamentares de 1932, o Partido Nazista conseguiu obter 38% dos votos (230 deputados), mais do que qualquer outro partido.

Valendo-se disso, os nazistas passaram a pressionar o presidente e este concedeu a Hitler o cargo de chanceler (chefe do governo). No poder, Hitler conseguiu rapidamente que o Parlamento aprovasse uma lei que lhe permitia governar sem dar satisfação de seus atos a ninguém. Em seguida, com base nessa lei, ordenou a dissolução de todos os partidos, com exceção do Partido Nazista. Em agosto de 1934, morreu Hindenburg e Hitler passou a ser o presidente da Alemanha, com o título de Führer (guia, condutor).

Fortalecido, o Führer lançou mão de uma propaganda sedutora e de violência policial para implantar a mais cruel ditadura que a humanidade já conhecera. A propaganda era dirigida por Joseph Goebbles, doutor em Humanidades e responsável pelo Ministério da Educação do Povo e da Propaganda. Esse órgão era encarregado de manter um rígido controle sobre os meios de comunicação, escolas e universidades e de produzir discursos, hinos, símbolos, saudações e palavras de ordem nazista. Já a violência policial esteve sob o comando de Heinrich Himmler, um racista extremado que se utilizava da SS (tropas de elite), das SA (tropas de choque) e da Gestapo (polícia secreta de Estado) para prender, torturar e eliminar os inimigos do nazismo.

No plano econômico, o governo hitlerista estimulou o crescimento da agricultura, da indústria de base e, sobretudo, da indústria bélica. Com isso, o desemprego diminuiu, o regime ganhou novos adeptos e a Alemanha voltou a se equipar novamente, ignorando os termos do Tratado de Versalhes.

A República de Weimar

A República de Weimar foi a forma de governo estabelecida na Alemanha em 1919, com a Constituição de Weimar. Desde o seu começo, a República enfrentou uma série de problemas políticos, sociais e económicos, que iam impedindo o restabelecimento da ordem e da estabilidade numa Alemanha devastada, sem bases sólidas para constituir uma verdadeira democracia liberal e sem capacidade de controlar o poder ascendente das elites alemãs.

Com a crise econômica mundial de 1929 (provocada por um estrondoso Crash Bolsista nos Estados Unidos), o desencantamento pela política começou a aumentar e surgiram os primeiros movimentos e, também, partidos extremistas.

Com efeito,a partir de 1930, a República de Weimar foi progressivamente passando de um regime parlamentarista para um regime presidencialista. Hidenburg é a figura máxima desta transformação, ao usar e abusar dos seus poderes de Presidente da República. O descrédito pelo parlamentarismo era cada vez maior. É neste contexto que Adolf Hitler (líder do Partido Nacional Socialista) chega a Chanceler, em Janeiro de 1933 e , consequentemente, acaba com a contestada Constituição de Weimar.

Weimar é uma cidade da Alemanha, antiga capital do ducado da Saxónia e do Grão-Ducado da Saxónia. Foi Capital Europeia da Cultura em 1999.
A República de Weimar corresponde a um período da História da Alemanha que decorre entre o fim do Segundo Reich alemão (1918) até à ascensão de Hitler ao poder em 1933. Iniciadas as conversações para a assinatura do Armistício em Outubro de 1918, rebentou uma revolta operária na Alemanha, que acabou por redundar num fracasso graças à divisão entre espartaquistas (defensores da instauração de um regime comunista) e sociais-democratas. Estes, aliados aos conservadores e ao exército, conseguem reprimir os espartaquistas e estabelecer uma república. O governo provisório desta, presidido por Ebert (social-democrata), elege então uma Assembleia Constituinte, encarregada de criar as instituições do novo regime republicano.

A Constituição de 1919 estabelecia assim uma república federal e parlamentar, à cabeça da qual se encontrava um presidente com amplas atribuições e competências. O poder legislativo repartia-se entre duas assembleias: o Reichstag , eleito por sufrágio universal em cada quatro anos, com incumbência de apresentar e votar leis, para além de ter responsabilidades de governo; e o Reichsrat , onde se reuniam os delegados representantes dos 17 länder alemães.

Os nacionalistas, todavia, nunca aceitaram que um governo do centro-esquerda surgido na sequência da revolta espartaquista tivesse assumido as condições do Tratado de Versalhes (Junho de 1919). A este descontentamento juntou-se a evolução do regime parlamentar democrático e social estabelecido na Constituição tendo em vista um regime presidencial. Entre 1925 e 1934, esteve à cabeça deste o marechal Hindemburg.
A crise económica surgida em 1929 desencadeará, porém, a derrocada da República de Weimar, tal era o descontentamento popular perante a situação de miséria e a impotência governativa em resolver a situação. Os nacionais-socialistas, agrupados em torno de Hitler desde a criação do seu partido em 1920 e em contínuo crescimento, saíram favorecidos com a crise.

Com as estruturas económicas debilitadas e os problemas políticos e sociais a agravarem-se dia-a-dia, bem como a pressão resultante do crescimento eleitoral dos nacional-socialistas de Hitler, Hindemburg encarrega-o de formar um novo governo. Alcançado o poder, não demorará mais de seis meses para Hitler deitar por terra as bases democráticas da República de Weimar, que agoniza então, e acaba por cair perante a instauração de um regime ditatorial na Alemanha.

HITLER E O 3° REICH

III Reich (Império Alemão)

Depois do Primeiro Reich (ou Sacro Império Romano-Germânico), de 962 a 1806, e do Segundo, de 1871 a 1918, e principalmente devido à humilhação que se traduziu com a queda do imperador Guilherme II no fim da Primeira Guerra Mundial e todas as imposições que a nação alemã teve que aceitar incondicionalmente, Adolf Hitler alimentou o sonho de um Terceiro Reich, que acaba por impor em 1933, depois da subida ao poder do seu Partido Nacional-Socialista, que ganhara supremacia eleitoral durante a confusão política que se seguiu à crise económica de 1929-1930, criadora de instabilidade e favorável ao aparecimento de extremismos.
Fundado em 1919, na ressaca do humilhante Tratado de Versalhes desse ano - pelo qual a Alemanha é obrigada a pagar indemnizações de guerra aos Aliados, a reduzir os seus efectivos militares e a abandonar as colónias -, o partido nazi de Hitler, depois da revolta falhada de 1923, decide atingir o poder por vias legais. Porém, a relativa prosperidade e estabilidade que a Alemanha conhece entre 1924 e 1929 proporciona fracos resultados eleitorais para os nazis. Serão as promessas hitlerianas de superação da grave crise económica da Grande Depressão, o repúdio ao Tratado de Versalhes ("uma facada nas costas da Alemanha", diziam) e a defesa do rearmamento alemão que cativarão gradualmente o eleitorado.
Em 1932, são já a mais representativa formação partidária com assento no Reichstag (parlamento), ganhando expressão política com a nomeação, no ano seguinte, de Hitler como chanceler, pelo marechal Hindenburg.
Imediatamente, Hitler prepara a imposição da ditadura, abolindo a constituição da República de Weimar (1919-33) e todos os partidos políticos com excepção do seu, passando igualmente a controlar os tribunais, os jornais, a polícia e a escola. Abandona também a Sociedade das Nações e as conferências de desarmamento, reactivando o serviço militar obrigatório. Na Alemanha, assassinam-se os opositores, declarados ou suspeitos; "purga-se" mesmo o partido nazi, aprisionando-se em campos de concentração os que não eram liquidados; assiste-se à fuga de muitos alemães. Os corpos militares do partido (SA, Sturmabteilung, e SS, Schutzstaffel) e a sua polícia (Gestapo) impunham torturas e um clima de terror. Com a morte de Hindenburg em 1934, Hitler autodeclara-se der Führer (o líder), unindo a presidência e a chancelaria na sua pessoa. A resistência política desaparece; muitos seguem-no, animados pelo seu programa de reconstrução económica do país (estradas, indústria de guerra e afins, auto-suficiência...).
Os objetivos de Hitler prendiam-se com a imposição da superioridade alemã afirmada no princípio de que os outros povos eram inferiores, principalmente os Judeus (na realidade, detinham a estrutura econômica alemã, cobiçada pelos nazis para garantirem a reconstrução económica), os Eslavos, os ciganos e outros povos não-germânicos. Neste quadro de actuação, defendia a criação de um "espaço vital" (Lebensraum) para o povo alemão, fórmula achada para legitimar o expansionismo do Reich, nomeadamente a Leste. O anti-semitismo era outra faceta desta política, pela qual a Alemanha pretendia "limpar" o país: assim, Hitler, em 1933, ordena o afastamento dos Judeus dos cargos governamentais. A perseguição que lhes move atinge contornos irreais a partir de 1935, com a abolição dos direitos de cidadania e a fuga de perto de 500 000 judeus do país (onde circulavam devidamente identificados por uma estrela de David amarela). Em 9 de Novembro de 1938, grupos incendiarão as sinagogas e destruirão os negócios dos Judeus, numa noite que terá ficado conhecida como a Noite de Cristal (Kristallnacht), ou dos vidros partidos.
Ao mesmo tempo, Hitler e a Alemanha nazi preparam-se para a guerra. Violando claramente o Tratado de Versalhes de 1919, ocupam a Renânia em 1936, ano em que assinam um pacto com a Itália facista de Mussolini e um acordo anti-comunista com os japoneses, formando, estas três nações, o Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Em Março de 1938, os alemães ocupam a Áustria, anexando-a ao Reich (Anschluss). Neste mesmo ano, conseguem ocupar a região checa, de maioria alemã, dos Sudetas, com a anuência de Inglaterra e França (Acordos de Munique). O que restava da Checoslováquia fica desmembrado no ano seguinte, com o protectorado alemão imposto na Boémia-Morávia. Em Agosto de 1939, o Reich consegue mais um dos seus embustes diplomáticos, ao acordar com a URSS a sua neutralidade caso um dos países se envolvesse numa guerra, concordando também, mas secretamente, com a divisão da Polónia e boa parte da Europa de Leste entre ambos. No mês seguinte, todavia, os alemães forçam a fronteira polaca e marcham sobre Dantzig, cujo "corredor" pretendiam conquistar para se unirem à Prússia Oriental, o que desencadeia a Segunda Guerra Mundial (cuja história é inseparável da do regime hitleriano).
O Terceiro Reich sai derrotado e completamente destruído do conflito, apesar de ter dominado fulminantemente até 1941 (Blitzkrieg). Declarando guerra às várias potências europeias, sucessivamente, e depois aos EUA, sofre desaires tremendos na frente russa: a Alemanha nazi vai perdendo força militar (nomeadamente com os bombardeamentos aliados do país a partir de 1943), sendo acossada para as suas fronteiras e acabando por se render incondicionalmente em 1945, vindo depois a perder antigos territórios e a redefinir as suas fronteiras (acordos de Yalta e Potsdam). Nesse período de 1939-1945, o anti-semitismo é elevado para além do imaginável, perpetrando-se actos de perfeita insanidade contra cerca de seis milhões de judeus, vítimas dos campos de concentração nazis (Holocausto), a par de mais de cinco milhões de alemães mortos, não contando feridos, desaparecidos e toda a destruição brutal do país e de grande parte da Europa e do mundo.

Por que os Alemães escolheram o Hitler?

Certezas Provisórias:

- A maioria do Parlamento alemão não era nazista;
- Boa parte era comunista;
- Muitos alemães fugiram da Alemanha por causa do Hitler e do nazismo;
- Os alemães homenagearam Hitler como um Deus;
- Hitler era expansionista;
- E Hitler impediu uma possível revolução comunista;


Dúvidas Temporárias:

- Hitler conseguiu o poder por meio de força ou por meios democráticos?
- Por que Hitler perseguia os judeus?
- Hitler se matou e matou sua mulher ou ele se matou sendo acompanhado pela sua mulher?

Por que a Intolerância Racial?

O nazismo desenvolveu várias teorias a respeito de raças. Afirmavam poder estipular cientificamente uma hierarquia estrita entre "raças humanas"; no topo, estava a "raça nórdica", e em seguida, as "raças inferiores". Na parte inferior desta hierarquia estavam as raças "parasíticas", ou "Untermenschen" ("subumanos"), os quais eram percebidos como perigosos para a sociedade. Os mais baixos de todos na política racial da Alemanha Nazista eram os africanos, ciganos e judeus. Ciganos e judeus eram eventualmente considerados Lebensunwertes Leben ("vida indigna de viver"). Os judeus, e posteriormente os ciganos, tornaram-se cidadãos de segunda-classe, expulsos da Alemanha Nazista antes de serem confinados em campos de concentração e depois exterminados durante o Holocausto (ver a descrição de Raul Hilberg das várias fases do Holocausto). Richard Walther Darré, Ministro da Alimentação e Agricultura do Reich entre 1933 a 1942, popularizou a expressão "Blut und Boden" ("Sangue e Solo"), uma das muitas expressões do glossário da ideologia nazista usadas para reforçar o racismo popular entre a população alemã.

Ideologia Nazista

A ideologia nazista dizia que por ser a nação a expressão da raça, a grandeza da raça poderia ser avaliada de acordo com a capacidade e desejo de uma "raça" em obter uma grande terra natal. As realizações germânicas na ciência, tecnologia, filosofia e cultura eram interpretadas como evidências científicas para apoiar a ideologia racista nazi. A "pureza racial" era vista como carecendo de proteção, enquanto clínicas "Lebensborn" tentavam gerar uma "raça ariana mais pura", inclusive através da tomada à força de crianças norueguesas das mães e levando-as para serem criadas no Terceiro Reich. A própria arte era considerada capaz de gerar "degeneração racial" e rotulada como "arte degenerada" ("Entartete Kunst"), acusada de ser não-germânica ou "judeu-bolchevique".

Este conjunto de alegações desenvolveu-se a partir de um movimento maior de racismo científico, desenvolvido conjuntamente com teorias de darwinismo social e evolucionismo uniliear, que colocavam a cultura européia na liderança mundial. O racismo científico era ensinado nas maiores universidades da Europa e dos Estados Unidos através da década de 1930. O nazismo combinou isso com teorias pangermânicas e anti-semitas, as quais inspiraram as políticas raciais do Terceiro Reich, em particular as Leis de Nuremberg de 1935. Além disso, desenvolveu reivindicações pelos "Heimatvertriebene" ("alemães banidos"), isto é, membros do povo alemão residentes fora do Reich.
Tais teorias do racismo científico também foram mescladas por algumas correntes nazistas com a "Ariosofia", parte do misticismo nazi o qual criou um mito em torno da assim chamada "raça ariana". As relações entre o misticismo nazista e teorias racistas pseudo-científicas foram continuadas no pós-guerra por alguns teóricos do movimento esotérico hitlerista. Assim, Alfred Rosenberg, um dos principais teóricos raciais dos nazistas, imaginou uma "religião de sangue" a qual transformaria o cristianismo num "Cristianismo positivo", o qual via no Cristo um membro da assim chamada "raça nórdica" a qual o povo alemão pretensamente pertencia. Estas idéias a respeito de uma "religião racial" foram popularizadas no jornal Der Stürmer, encabeçado por Julius Streicher, e no semanário do NSDAP, o Völkischer Beobachter, editado por Rosenberg.
Filósofos e outros teóricos também participaram da elaboração da ideologia nazista. O relacionamento entre Heidegger e o nazismo permanece um tema controverso na história da filosofia até os dias de hoje. De acordo com o filósofo Emmanuel Faye, Heidegger diz de Spinoza que este era "ein Fremdkörper in der Philosophie", um "corpo estranho na filosofia" — Faye observa que Fremdkörper era um termo pertencente ao glossário nazista, e não ao alemão clássico.[1] O jurista Carl Schmitt elaborou uma filosofia do direito louvando o Führerprinzip e o povo alemão, enquanto Alfred Baeumler instrumentalizou o pensamento de Nietzsche, em particular seu conceito de "Vontade de poder", numa tentativa de justificar o nazismo.
Quatro livros pertencentes à ideologia do racismo científico, os quais reivindicavam que diferenças raciais percebidas eram hierárquicas e centrais para a ordem social, tiveram uma influência preponderante sobre a trajectória das teorias raciais nazis:

- Essai sur l'inégalité des races humaines (Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas) do Conde Arthur de Gobineau (1853);
- Hereditary Genius: An Inquiry into Its Laws and Consequences de Francis Galton (1870);
- The Passing of the Great Race de Madison Grant (1916/1924);
-The Rising Tide of Color Against White World Supremacy de Lothrop Stoddard (1920).
Eugenistas estadunidenses trocaram idéias com seus congêneres na Alemanha Nazista (Lombardo 2002; Kühl 1994).

Propaganda e Implementação das Teorias Raciais

Os nazistas desenvolveram um elaborado sistema de propaganda para difundir estas teorias em seu regime, as quais levaram vários teóricos a qualificá-lo como um estado totalitário. Assim, a arquitetura nazista foi usada para criar a "nova ordem" e aprimorar a "raça ariana". O desporto também foi instrumentalizado pelos nazis, como no fascismo italiano, para "regenerar a raça". A Juventude Hitlerista, fundada em 1922, possuía a motivação básica de treinar os futuros "super-homens arisnos" e futuros soldados que lutariam fielmente pelo Terceiro Reich. Da mesa forma, o cinema foi utilizado como propaganda para teorias racistas, sob a direção do Propagandaministerium de Joseph Goebbels. O Museu da Higiene em Dresden, difundiu tais teorias. Um poster do museu, datado de 1934, mostrava um homem com características nitidamente africanas, onde se lia "se este homem houvesse sido esterilizado… 12 enfermos hereditários não teriam nascido" (sic).[2] De acordo com o presente diretor, Klaus Voegel, "o Museu da Higiene não era uma instituição criminosa, no sentido de que as pessoas eram mortas aqui", mas "ajudava a moldar a idéia de quais vidas eram dignas ou indignas." [2]
Estas teorias foram implementadas muito cedo, particularmente pelas Leis de Nuremberg, de 1935, e pela "Lei para Prevenção de Descendência Hereditariamente Enferma" de julho de 1933. O programa de eutanásia Aktion T4, do qual participavam organizações de jovens Kraft durch Freude (KdF, literalmente "Fortes Pela Alegria"), visava pessoas acusadas de representar perigo de "degeneração" ao "Deutsche Volk."

A Essência do Nazismo: Totalitarismo e Racismo

A essência do fascismo e do nazismo está no totalitarismo, especificamente na noção de controle totalitário, ou seja, na ideia de que o Estado, e em última instância o chefe-de-Estado (no caso da Alemanha o Führer), deveria controlar tudo e todos. Para isso a homogeneização da sociedade é fundamental. As formas de controle social em regimes totalitários geralmente envolvem o uso e exacerbação do medo a um grau extremo. Todos passam a vigiar a todos e todos se sentem vigiados e intimidados. Cada indivíduo passa a ser "os olhos e ouvidos" do Führer no processo de construção de uma sociedade totalitária. Neste processo de homogeneização totalitária, os inúmeros festivais, atividades cívicas, com mobilização das massas nas ruas foram determinantes
Para controlar tudo e todos, o nazismo instigava e exacerbava ao extremo o nacionalista, geralmente associado às rivalidades com outros países suposta ou realmente ameaçadores. A ideia de um inimigo externo extremamente poderoso é funcional unir a sociedade contra o "inimigo comum". O medo de um inimigo externo é funcional para aglutinar socialmente povos que até pouco tempo não se identificavam enquanto uma só nação, como foram os casos de países unificados apenas no século XIX (Alemanha e Itália). Como Freud havia demonstrado, a necessidade da criação artificial da identidade em grupos sociais pode levar à homogeneização forçada destes, e a existência de membros diferentes no grupo é desestabilizadora, o que leva o grupo a tentar eliminá-lo. Tão relevante é esta explicação para entender o fenômeno do fascismo e do nazismo, que as obras de Freud estiveram entre as primeiras a serem queimadas nas famosas queimas de livros organizadas pelo Partido Nazista em 1933 e 1934.
Entretanto, era necessário mais do que apenas o medo de um inimigo externo para conseguir atingir o ultra-nacionalismo e o totalitarismo. Para isso era funcional criar "inimigos" internos, sorrateiros, subterrâneos, conspiratórios. Este papel de inimigo sorrateiro é destinado ao comunismo e aos comunistas como um todo na ideologia fascismo. O Nazismo acrescenta ao rol de "inimigos", em que já estava o comunismo, minorias étnico-religiosas como "inimigas": os judeus em um primeiro momento, depois ciganos e povos eslavos (já durante a II Guerra Mundial). A partir disto é que se torna central o segundo pilar do nazismo, a ideologia da superioridade racial ariana.

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Sobre este blog

Escola Domingos Sávio
Cabo Frio (RJ)
3° Ano Ensino Médio
Turma: 3ooo
Professora: Kátia Ferreira
Disciplina: História
Alunos: Janaína Pinheiro, John Müller, Lorene Lima, Mayara Garcez, Nathália Mascitelli.































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